Clube de Vênus - Prólogo e Capítulo 1

Prólogo
“Como reconhecer a anatomia de um gozo?”

Aquela pergunta ainda martelava na cabeça de Tom Esquivel. Ele estava lá, seus joelhos dormentes de encontro ao chão que outrora parecera macio, mas agora o lastimava. Não sabia precisar quantos minutos já haviam se passado desde que acordara, entorpecido pelo efeito do sedativo injetado em sua veia. Recordava-se do Maître que lhe servira a injeção em uma bandeja de prata. “Para o caso de o senhor querer fazer em si mesmo”, a voz firme e educada avisou, postando-se atento ao lado de Tom, enquanto este pressionava o braço em busca da veia perfeita. A escuridão veio e a ela se seguiu uma nova, pois seu despertar não elucidou qualquer coisa, além de seu corpo nu em posição fetal de encontro a um chão de feno. Sim, e a máscara.
Presa à sua cabeça como um capacete, a leve peça de porcelana parecia mergulhá-lo em outra realidade.


O frio no aposento escuro foi rapidamente dissipado por um calor intenso, e tal mudança de temperatura fez com que todo o seu corpo relaxasse, exceto seu pênis, que imediatamente enrijeceu.
“Ajoelhe-se.”
A voz surgiu de todo lugar e lugar nenhum. Era feminina, rouca e pausada, como se as palavras a serem pronunciadas tivessem que disputar com o leve ofego que marcava sua respiração.
Como Tom não obedeceu, a voz insistiu, dessa vez em um tom mais imperativo:
“Doutor, ajoelhe-se.”
Havia um microfone, sem dúvida. O som era típico de uma caixa de som média, um alto-falante talvez, ainda que a voz baixa fosse semelhante a um sussurro amplificado. Tom concentrou-se em si e obedeceu. Colocou-se de joelhos, voltando a ter controle sobre seu corpo. Ao menos, parte dele. Um cheiro de estrume e madeira úmida conjugou-se à sensação do feno grudado ao seu corpo despido. Sentia parte da forragem grudada às suas costas, nádegas. Ao seu braço esquerdo.
Permaneceu de joelhos por um tempo, em um silêncio tão profundo que podia ouvir seu coração desregulado, ansioso. Tom não se lembrava de já ter sentido medo antes, mas aquela situação o assustava um pouco. Por alguma razão, não tentou levantar-se. Sabia que ao tomar o sedativo horas antes, escolhera voluntariamente o caminho que era também submissão, pois só através dela conseguiria o que realmente queria.
E estava muito perto disso agora.
Depois de vários minutos, uma luz acendeu no alto do aposento, bem acima de sua cabeça. Tom olhou por reflexo para cima, mas a iluminação, provinda de algum tipo de holofote, era intensa e não o deixava ver nada para além dela. A máscara também não ajudava muito, firmemente fixada, como se tivesse sido feita para encaixar-se de modo perfeito ao seu semblante. Tom voltou sua atenção para o lugar e notou que era mesmo feno no chão. Cobria todo o aposento visível aos seus olhos, e após observar as colunas de madeira e vários apetrechos pecuários espalhados por todos os lados, Tom deduziu estar em um celeiro. Ou um estábulo, ele precisou, relembrando-se das coisas que havia lido e visto. Sim, havia baias e selas atiradas no chão. Era mesmo um estábulo.
Sorriu sob a máscara sem expressões.
Na parte do aposento que permanecia pouco iluminada, uma silhueta destacou-se pelas curvas das pernas nuas. A luz permaneceu em Tom, mas pouco a pouco sua companhia no estábulo se tornava cada vez mais nítida. Uma mulher, totalmente despida, usava apenas uma máscara de porcelana que lhe cobria todo o rosto e parte dos cabelos castanhos longos. As curvas de seu corpo e o desenho de seus seios, parte tocados pela luz, parte envolvidos pela escuridão, faziam dela a própria deusa.
Vênus.
A voz feminina surgiu novamente no estábulo, dessa vez de forma natural e próxima.
“Agora, Doutor, vamos começar... Porque eu só me excito se você rastejar.”

- CdV -



1
E só de imaginar que apenas alguns dias antes, Thomas Esquivel levava uma vida normal e pacata, onde excitação era, literalmente, o menor dos problemas.
A Range Rover preta que dirigia parou diante da calçada em obras do Hospital Universitário de Nova Suburbia e permaneceu ali por alguns minutos. A reforma que vinha se desenvolvendo no Casarão Principal há meses buscava fazer jus ao que o HUNS representava para uma das maiores e mais prestigiadas instituições de ensino de todo o continente americano, a Universidade de Nova Suburbia, UNS. Tratava-se de um grande conjunto arquitetônico de faculdades das mais diversas especialidades, todas reunidas em um único e imenso campus que se confundia com a própria cidade litorânea de Nova Suburbia. Seus habitantes costumavam dizer que não havia vida em Nova Suburbia que não envolvesse a suntuosa universidade. Em cada esquina, cada negócio, era possível perceber a influência que a UNS exercia sobre o desenvolvimento local, de tal maneira que Nova Suburbia não se incomodava em ser conhecida como a “cidade universitária de Nova Suburbia”. Por certo, todos tinham consciência de que os fundadores da Universidade eram os primeiros moradores daquela região e eram, eles próprios, os fundadores da cidade.
De todos os atrativos da Universidade, o HUNS se destacava por sua grande importância no cenário médico a nível nacional. O amplo Centro Cirúrgico Universitário, ou CCU, como passara a ser popularmente conhecido, era reconhecidamente o mais bem equipado em todo o continente e atraía médicos de todas as partes do mundo. Poucos, no entanto, angariavam a chance de trabalhar na fantástica equipe do HUNS, que se distribuía entre quatro grandes construções no campus universitário. A mais antiga, formada pelo Casarão Principal, onde tudo havia começado há quase 200 atrás, era a área de acesso para internações e visitas e ficava próxima à principal avenida do campus, a qual seguia em frente até o amplo e badalado píer da cidade, na Praia dos Ventos. O lugar já não servia à sua função, no entanto, pois estava sendo reformado para abrigar a Fundação Verena Valmont, cuja homenageada era a antiga dona da imensa propriedade onde estava situado o campus da UNS, falecida há três anos.  
Outros dois prédios eram gêmeos e ligados por uma breve passarela transparente. Formavam os centros de pesquisa e das demais especialidades do HUNS, prédios bem mais novos do que o Casarão, mas ainda assim antigos em relação ao quarto e último prédio, onde ficava o hospital propriamente dito. Uma fabulosa construção de aço e vidro com dez andares, cinco dos quais eram dedicados exclusivamente ao Centro Cirúrgico, ou CCU, como era hábito chamá-lo. Trabalhar no CCU era o sonho da maioria dos estudantes, pois mesmo fazendo medicina na Universidade de Nova Suburbia, não havia garantias de vagas para residências. Somente os melhores, ninguém mais.
Para Tom Esquivel, o sonho havia se tornado realidade há quase cinco anos. Formado em medicina pela própria universidade, conseguiu um lugar ao sol após impressionar seus professores ao longo de um exaustivo processo de residência no setor de traumas. Foi também nessa época que conheceu Vivian, uma fisioterapeuta do HUNS, com quem veio a se casar. Tom e Vivian permaneciam em um casamento estável e sem muitas emoções há quase três anos, um recorde em termos de relacionamento quando se tratava de Tom. Em todo o seu tempo como universitário, jamais conseguira engatar um romance duradouro, pois fora sua timidez extrema, o trabalho sempre viera em primeiro lugar. Com Vivian era perfeito, porque ambos eram iguais. Seus trabalhos eram basicamente o que havia de mais importante entre os dois e eles nunca discutiam por conta dessa evidente prioridade.
No entanto, quando Vivian apanhou suas coisas para deixar o carro do casal naquela manhã, encarou o marido ao volante com uma clara preocupação:
― Não deixe o CCU consumir sua vida, Tom ― ela disse, pouco antes de depositar um selo em seus lábios. ― Nos vemos para o almoço?
― Não sei ainda, vai ser uma manhã infernal ― ele respondeu, pouco animado. ― Não pretendia almoçar com seu pai?
― Ele cancelou. Negócios, possivelmente.
― Bom... Eu te ligo, então. Bom leilão.
― Obrigada, amor ― ela disse, para logo depois bater a porta do carro.
Vivian Mascherano Esquivel era uma mulher branca e esguia, de longos e caracolados cabelos dourados. Via-se particularmente elegante naquela manhã, pois assistiria a um leilão de móveis antigos no Casarão, um pouco antes de seu turno de trabalho. O leilão beneficente era organizado pela Fundação Verena Valmont em prol de crianças orfãs. Vivian tentaria alguns lances e depois seguiria rumo à ala de fisioterapia, que ficava no primeiro dos prédios gêmeos. Ainda assim, saiu do carro carregando sua bolsa de trabalho e apressou-se em passar pela calçada em reforma, evitando a poeira que levantava, graças ao trabalho árduo dos operários para deixar tudo pronto o quanto antes. Tom observou a esposa enquanto ela entrava no Casarão e só depois ligou o carro novamente. Seguiu alguns vários metros pela avenida perimetral até tomar uma transversal que o levaria para o estacionamento privativo ao lado do prédio do CCU. Sua cabeça, no entanto, já estava lá. Tudo por conta do e-mail que recebera há quase uma semana, informando a ele e aos demais cirurgiões que o novo diretor do HUNS, o qual assumira há menos de um mês, orquestrara mudanças em todo o CCU, a começar pela chefia da equipe cirúrgica. De fato, o antigo chefe estava se transferindo para outro país e a vaga passou a ser objeto de desejo a praticamente todos os cirurgiões seniores. Nos cinco anos em que Tom passou no CCU, se viu sob o comando de dois médicos bem diferentes: a primeira, Dra. Laura Andreas, uma cirurgiã com seus quase 50 anos, largou o cargo após sofrer um AVC enquanto observava um estagiário realizar uma endoscopia; o segundo, Dr. Raul Marcone, era conhecido mais pelo seu talento do que pela experiência propriamente dita, mas ainda assim fez um bom trabalho substituindo Dra. Andreas, e imediatamente havia se tornado o queridinho dos médicos em todo o CCU. Com a saída repentina do cirurgião, crescia a pretensão destes mesmos médicos a respeito do cobiçado cargo. Mesmo diante do pequeno quadro de referências, Tom Esquivel não teve dificuldades em compreender qual entre os seniores que restaram teria melhores chances de assumir, ainda que não fosse garantido. 
O problema maior, contudo, não residia aí. A chefia da equipe já havia sido dada a uma médica, mas ela não fazia parte do quadro de cirurgiões do CCU. Dra. Erica Stone, uma cirurgiã cardiopulmonar estrangeira, que passara toda a vida viajando pelo mundo em nome da medicina. Tinha nome, fama e talento, mas, acima de tudo, era casada com o novo Diretor do hospital e por essa razão havia sido indicada. Os rumores que corriam pelo CCU apontavam até para um complô contra Dr. Marcone, que teria sido transferido apenas para que Dra. Stone assumisse a chefia sem causar-lhe um constrangimento. Constrangimento, eis o que estava sobrando entre os residentes e seniores. Todos se sentiam coagidos a aceitar a nova chefe de cirurgia, ainda que a maioria sequer a conhecesse pessoalmente.
― Hoje acaba o suspense... ― disse Tom ao estacionar seu carro em frente ao CCU. 
Seguiu pelo estacionamento a céu aberto, ajeitando sua gravata azul-marinho e lançando a mochila preta nas costas. Era sem dúvida um homem bem afeiçoado, recém-ingresso na casa dos 30. Moreno e alto, com cabelos castanhos curtos e lisos, cujas mechas caíam perfeitamente arrumadas para o lado direito, barba feita, olhos azuis e vívidos como duas gotas de oceano. O corpo másculo e definido era resultado de sua privilegiada estatura, mas também de certa musculação e boxe, atividades que praticava nas proximidades do HUNS, antes ou após suas rondas cirúrgicas. O jaleco branco e o uniforme cirúrgico só realçavam sua beleza, o que era de opinião geral entre as médicas e enfermeiras do CCU, as quais devoravam sua masculinidade com os olhos e pensamentos sem que nem o próprio soubesse. E Tom era mesmo desligado para essas coisas. Uma vez dentro do hospital, não conseguia se voltar para nada que não fossem nervos a serem reconstruídos, ossos a serem consertados, traumas a serem reparados. Era um repairman da mais alta estirpe, cuja única amante possível era a sala cirúrgica.
Tom passou pela porta automática de vidro usando seu crachá e tomou um dos elevadores no centro do andar térreo sem dar muita atenção à movimentação no setor de emergência do hospital. Mesmo sendo Nova Suburbia uma cidade pequena, recebia muitos casos de emergência de cidades vizinhas por ter o hospital mais bem equipado da região. Já era hábito encontrar a triagem cheia, mas ainda assim o atendimento conseguia ser melhor do que qualquer grande hospital de uma metrópole média. Tom tomou o elevador passando pelos andares de internamentos diretamente até o sexto andar, o principal do CCU. Ao sair do elevador, mal teve tempo de processar um “bom dia” à simpática recepcionista no balcão central; uma pequena reunião de médicos havia se formado na recepção e o assunto era o único que se poderia imaginar para aquela manhã.
― Eu não entendi porque ele não foi claro a esse respeito, afinal, ela não é uma médica qualquer, pelo que ouvi falar ― disse um dos médicos, recostado no balcão falando com outros três. Um outro, de cabelos ruivos e barba longa, questionou o colega enquanto sacudia gentilmente uma caneca de café.
― Você a conhece?
― Pessoalmente não, mas dizem que é meio óbvio porque fisgou o Dr. Stone, se é que você me entende...
― Que seja, mas essa vaga deveria ter caído para a Dra. Callot, ela batalhou um bocado para sentar naquela cadeira... ― Um terceiro comentou.
― Talvez o problema tenha sido esse, é um cargo para rabos quentes...
― E esse golfe beneficente de boas vindas? Foi ideia do marido dela que ainda paguemos para receber uma chefe nova?
― A que horas será a reunião com ela?
16 horas, sala de reunião 3, Tom respondeu mentalmente, seguindo pelo corredor e cumprimentando os médicos e a recepcionista rapidamente com um aceno. Acelerou para evitar cair nas especulações e fofocas, ainda que estivesse indignado e concordasse com os colegas, Dra. Lea Callot era mesmo a mais indicada para tomar o lugar de Marcone. Lea era cirurgiã ortopédica e já havia trabalhado com praticamente todos os cirurgiões do CCU. Boa de relações, simpática, sabia coordenar esforços como ninguém. O próprio Marcone temia constantemente cometer qualquer deslize, pois sabia que Dra. Callot estaria lá para ocupar seu lugar.
E para sua surpresa, foi justamente Lea Callot a primeira pessoa que Tom viu ao entrar no vestiário. A simpática médica tinha cabelos castanhos claros e longos, olhos proeminentes e acinzentados. Seu rosto afilado e sem rugas não evidenciava nem a sombra de seus 39 anos. Era o fim de seu plantão e ela guardava seu jaleco no armário personalizado, pronta para ir embora. Sorriu disfarçadamente ao ver o jovem cirurgião entrar no aposento.
― Tom! Como vai?
― Curioso... ― Ele mensurou as palavras. ― E você?
Lea arqueou as sobrancelhas como se dissesse “pois é, boa pergunta”, mas preferiu manter o sorriso diplomático em seu rosto fino e rosado. ― Vou para casa agora, descansar um pouco... Mas volto para a reunião mais tarde. Viu o Brian por aí?
― Não, mas vi o carro dele no estacionamento, deve estar fazendo alguma consulta...
Um bip soou no vestiário. Lea olhou para seu próprio pager, mas o som provinha do de Tom. Ele enfiou a mão no bolso da calça atrás do objeto e sorriu.
― Falando em consulta...
― Vai lá, bom trabalho, Esquivel. ― Lea disse, fechando seu armário e despedindo-se um pouco cabisbaixa. Era notável que a não promoção a havia abalado, principalmente pelas circunstâncias em que ocorreram.
Tom guardou sua mochila e pegou o jaleco branco, seu estetoscópio e o pequeno estojo de bisturis com o qual sempre andava. Jogou o estetoscópio em volta do pescoço e confirmou no celular o horário de seu primeiro procedimento. Uma pneumectomia estava marcada para as 10h e ele estaria lá apenas para auxiliar, caso houvesse uma emergência. No mais, ficaria nas consultas do setor de emergência, pois haveria um clássico de futebol no estádio da Universidade e sempre ocorriam atrocidades quando as torcidas rivais se encontravam. Casos graves e estáveis eram frequentemente levados ao HUNS para desafogar diversos hospitais da região, mas nem sempre era a melhor opção devido à distância.
Somente por isso Tom podia contar com alguma folga em seus plantões, se dando inclusive ao luxo de participar de procedimentos com hora marcada. Sempre tinha que largar tudo quando um caso grave surgia, mas sempre com um pré-aviso de 10, 15 minutos, às vezes meia hora ou mais, quando a vítima vinha de longe, através de ambulâncias ou helicópteros.
Tom pegou o elevador novamente e seguiu para o térreo. Aquela era uma manhã das tranquilas, ao menos na emergência. Os médicos caminhavam sem pressa pelos corredores que levavam aos quartos de consultas e às salas de trauma. Tom cumprimentou um ou outro e checou novamente o recado no pager.
CO, Q301.
CO, Consulta Ortopédica. Q301, Quarto 301. Era o código do hospital para agilizar os atendimentos, embora a pouca personalização matasse Tom. Nunca sabia o que iria encontrar até chegar ao local da consulta, e era essa também a intenção da administração: evitar que cirurgiões negassem consultas que não considerassem “atraentes”.
O cirurgião parou diante do quarto 301 no corredor vazio e abriu a porta ajeitando mais uma vez sua gravata. Esperava encontrar ao menos uma enfermeira por lá, mas só havia a paciente. Uma mulher aparentando seus 30 anos, morena, cabelos castanhos longos e ondulados, cujas mechas estavam a ser jogadas para um dos lados no exato instante em que Tom abriu a porta. Ela estava parcialmente deitada sobre a cama do quarto de consultas e vestia saia e terno de cor cinza, como uma executiva. Usava óculos de grau e tinha uma das mãos repousada sobre a barriga, com uma expressão de incômodo, a julgar pela forma como franzia o cenho. Um belíssimo cenho, pensou Tom ligeiramente enquanto caminhava até o prontuário junto à cama e fitou melhor a paciente diante dele. 
E ela era realmente belíssima.
― Bom dia, Srta... ― Tom buscou o nome rapidamente na ficha ―... Evans, Marisa Evans?
― Sim, olá, doutor... ― Ela respondeu com uma voz rouca, um pouco embargada, possivelmente pela dor que estava sentido. Tom correu o prontuário com o olhar, analisando-o com mais calma.
― Aqui diz que você levou uma queda e bateu com a região lombar? Há quanto tempo foi isso?
― Uma hora atrás ― ela disse, tentando manter um sorriso, mas visivelmente incomodada com a dor. Levou a mão à coxa, ― caí de quina, escorreguei na entrada de uma cafeteria no centro, o piso estava molhado! Nem falo do processo que vou jogar em cima deles, porque com certeza eu irei!
― É advogada? ― Tom disse enquanto preenchia mais informações no prontuário.
― Gosto de pensar que sou... ― Ela levou a mão à coxa mais uma vez, em dor ― oh, Deus, acho que só preciso de uns comprimidos e ficarei bem, não quebrei nada...
― Isso nós veremos ― Dr. Esquivel disse, fechando o prontuário e se sentando na borda da cama. ― Vou pedir uma radiografia da região, mas vamos apalpar primeiro para ver se houve algum problema, ok?
― E se houver, doutor? ― Ela perguntou com o olhar preocupado. ― Não posso faltar ao trabalho hoje, é meu primeiro dia!
― Não se preocupe, vai dar tudo certo ― Tom sorriu, buscando passar confiança à sua paciente. Vamos lá... Onde está doendo?
― Eu bati aqui ― a mulher levou a mão à região lombar do lado direito ― mas estou sentindo uma dor estranha no alto da coxa, correndo pela virilha...
― Entendo ― Tom respondeu, lembrando-se de que não deveria prosseguir sem uma enfermeira no quarto ― Vou chamar uma assistente para nos acompanhar.
― Oh, por favor, ― disse a paciente, visivelmente impaciente, ― Eu já estou aqui há quase meia hora... Não podemos ir logo com isso?
― Não será um problema para a Srta?
― Dificilmente...
Tom não soube bem como processar aquela resposta. Tinha dificuldades em interpretar sinais que não fossem oferecidos pela simples fisiologia do corpo humano, da leitura precisa dos equipamentos médicos. Era bom em diagnosticar doenças, não intenções. No entanto, ele próprio não tinha problemas com esses meros detalhes procedimentais. Tudo o que queria era atender seus pacientes da melhor forma e, sem dúvida, já havia burlado uma ou outra regra em prol do melhor resultado.
Deu de ombros ao convencer-se de que aquilo não seria um problema.
― Por favor, vire-se para o lado de lá e abra um pouco o zíper da saia para que eu possa ver o quadril.
A paciente concordou e deu as costas para o médico, soltando habilmente o zíper da saia com uma das mãos, descendo-o até o máximo. Dr. Esquivel puxou um pouco mais a saia para baixo até ver a cintura pélvica, pouco acima das nádegas. Repousou a mão sobre o quadril onde havia certa vermelhidão, mas nenhuma roxidão ou inchaço. Era um bom sinal. Apertou de leve e sentiu a pele lisa da paciente sob sua mão larga. Pode ouvi-la soltar um leve grunhido de dor e sugar os lábios na sequência.
― O quão sério é, doutor? ― Ela perguntou, preocupada.
― Aparentemente foi só a pancada, mas vamos ver se não houve algum deslocamento. Pode ficar de frente de novo.
A paciente virou-se com cuidado, voltando a ficar com a barriga para cima. Tom Esquivel levou a mão à parte da coxa direita onde a mulher havia apontado sentir dor. 
― Vou precisar erguer um pouco sua saia.
― Fique à vontade... ― Ela disse mordendo o lábio inferior, sua expressão ainda de dor.
Tom levou as duas mãos à coxa da Srta. Evans, uma correndo pela lateral da perna, a outra por cima, subindo um pouco a saia para que pudesse apalpar melhor a região. O que se seguiu àquele simples ato, Tom não foi capaz de evitar. A saia não era das mais longas, e ao erguer um pouco acima do aceitável, o cirurgião desviou o olhar por um segundo, quase que por instinto, e não teve certeza se ela estava usando ou não calcinha.
O médico fez uma pausa, as mãos paradas no mesmo lugar da coxa da paciente, o que a fez reagir.
― Algum problema, doutor?
― Err, não, quer dizer ― ele pigarreou ― estou sentindo o músculo femoral um pouco tenso, talvez seja por isso a dor.
― Oh, e você sabe como aliviar a tensão, Doc?
A pergunta ligou o alerta de Tom Esquivel, e ele encarou a paciente. Não tinha percebido até então o quão belo era seu olhar, de um profundo castanho amendoado, quase âmbar, por trás dos óculos finos de grau. Ela o fitou como se implorasse para ser curada do mal que a assolava. Tom sentia a obrigação de fazer o melhor por ela.
― Preciso continuar examinando ― ele respondeu, engolindo em seco.
Moveu mais uma vez as mãos, para cima e para baixo, fazendo um pouco de pressão sobre a região para ter certeza de que não havia lesões. A paciente conteve um gemido, incerto se de dor ou outra coisa. Tom subiu um pouco mais a mão direita, posicionada sobre a coxa. Desta vez deixou a mão correr por baixo da saia até a altura do quadril, o qual já havia examinado por outro ângulo. Não sentira qualquer obstáculo no percurso que indicasse uma calcinha. Muito pelo contrário, a carne quente e lisa sequer possuía relevos além do desenho natural de um corpo perfeito. Tom fez o caminho de volta, lentamente, sentindo cada detalhe dos músculos da coxa até quase o joelho. Sentiu a paciente mexer o quadril para baixo, contraindo-o. Quando ele retornou com a mão direita, subindo novamente até o meio da coxa, teve certeza de que ela estava gostando daquilo.
Era aquele o momento, Tom sabia. O momento de parar. O que quer que estivesse acontecendo ali, era completamente antiético, mesmo que fosse uma besteira. Tom sabia, passara por aquilo algumas vezes e sabia precisamente que deveria parar. E a mulher já havia mencionado a palavra “processo” alguns minutos antes. O que ele estava pensando? Precisava parar!
Contudo, algo dentro de si lhe disse o contrário, curioso demais para saber onde aquilo iria chegar.
Tom pressionou mais uma vez a coxa, dessa vez com mais força. ― O que está sentindo?
― O incômodo não é aí, Doc... ― A paciente disse, levando sua mão de encontro à dele ― deixe-me mostrá-lo...
E sua mão fina e leve, de unhas prateadas não muito longas e extremamente bem feitas, sobrepôs-se à de Tom e a empurrou para a região interna da coxa, abandonando-a sozinha a poucos centímetros da virilha. Retirou a mão, correndo pelo braço do médico, ouriçando seus pelos no processo.
Boquiaberto, Tom fitou a mulher diante de si e seu convite. Sua mão estava perigosamente repousada entre as pernas dela, onde a saia já não lhe permitia visualizar mais nada. Seus dedos seriam seus olhos, seu termômetro. E ele decidiu examinar um pouco mais o desconhecido.
Subiu a mão, forçando caminho através das coxas ainda constrangidas pela saia justa. Não houve resistência da paciente, ao contrário. Seus lábios entreabertos e sua respiração pesada diziam a Tom para seguir em frente e fazer seu trabalho.
Ele não demorou a tocá-la, e quando a atingiu, percebeu o quão molhada estava. Ele próprio não conseguiu conter o fôlego quando ela arqueou um pouco o quadril para que ele pudesse encaixar a mão completamente junto à sua vagina. Tom deslizou o dedo maior pelos pequenos lábios, sentindo sua lubrificação natural facilitar o percurso. Roçou seu clitóris algumas vezes, sempre com o olhar fixo na paciente e em suas reações, e ela não desviou o olhar de prazer nem por um segundo do dele, nem mesmo no momento em que Tom decidiu desvendar os mistérios que ela escondia e enfiou o mesmo dedo dentro dela, penetrando-a como se seu próprio pênis estivesse a fazer a tarefa.
A paciente arqueou para cima, depois contraiu a vagina, aumentando o prazer daquele ato. Tom retirou o dedo completamente para então enfiar mais uma vez, e por um instante largou um sorriso deslumbrado ao ver que ela estava gostando. Estava tão úmida que lubrificaria ele inteiro, e Tom desejou penetrá-la de verdade. Sentiu uma ereção surgir, espremendo-se contra sua calça, mas não queria parar o que estava a fazer. A mulher contorceu-se sobre a mão de Tom, adentrando-a com tanto ímpeto e gemeu entre um aperto e outro de lábios. Levou a mão à gravata dele e puxou-a com força, trazendo-o para mais perto de si:
― Vai aliviar minha tensão, Doc? ― Ela praticamente sussurrou para ele, a voz rouca e embargada sendo o maior ativo sexy que Tom poderia imaginar existir. 
― Você gosta disso, não gosta? ― Ele disse, perdendo qualquer inibição que poderia ainda contê-lo. Sua cabeça e seu juízo já estavam como aquele dedo, praticamente dentro de sua paciente. Enfiou-o completamente, com mais força, e a morena curvou-se em um misto de prazer e dor.
Tom passou a arremeter com um pouco mais de força, não um, mas dois dedos, atiçado pela forma como a paciente se agarrava à sua gravata em busca de apoio. Fitava-o como se nada mais existisse ali além dele, e Tom sentiu-se ainda mais vigoroso, entrando e saindo com os dedos, sentindo cada detalhe áspero do interior dela, cada atrito uma fonte de prazer, para ele, para ela.
― Vai, isso, gostoso assim, vai!! ― ela disse, fechando os olhos pela primeira vez sob os óculos prestes a cair de seu rosto, aproveitando o momento. A essa altura, Tom já estava praticamente por cima da paciente, sua mão direita enterrada entre as pernas dela enquanto a outra abria sua própria calça, tentando libertar a ereção latente. Agitou os dedos que corriam dentro dela vibrando-os com vontade, levando-a à loucura enquanto sentia seu próprio membro pulsar, louco por uma chance de assumir o lugar. Arremeteu inúmeras vezes enquanto masturbava a si próprio, procurando sintonizar com ela, gozar junto com ela. Já era tarde, contudo, pois a mulher levou o próprio punho à boca, abafando o forte gemido que se seguiu ao intenso gozo, morno na mão do médico.
A paciente sorriu ofegante, olhando para o alto e depois para Tom, cuja mão esquerda agitava violentamente o próprio membro até seu ápice. Ela o fez parar quando se sentou na cama e fez menção para que ele continuasse dentro dela. Tom mal processou o convite, e tão rápido se colocou entre as pernas dela. No exato instante em que se preparou para penetrá-la, uma voz estridente chamou a atenção dos dois.
― Dr. Esquivel, Comparecer à Sala de Trauma 3 ASAP!
O mais rápido possível ― traduziu a paciente, ainda ofegante, afastando o médico. ― É melhor você ir, Doc... Acho que alguém mais precisa de você.
― O quê? ― Ele disse quase para si mesmo, tenso por não conseguir terminar o que havia começado, mas ao mesmo tempo aliviando a pressão sanguínea que já deveria estar toda concentrada em seu pênis naquele momento. Assistiu a paciente se erguer da cama, fechar a saia e ajeitar os cabelos com os dedos, deixando para ele nada mais do que um sorriso super sacana nos lábios.
― Obrigada, Doc.
Quando ela saiu do quarto pelo corredor, como se nada houvesse acontecido, Tom Esquivel se perguntou pela primeira vez o que diabos havia acontecido. O chamado pelo alto-falante do hospital insistiu em seu nome e ele tentou concentrar-se, respirando fundo e guardando o membro de volta dentro das calças, da maneira que lhe fora possível.
Voltou-se para a saída, atordoado. Muito mais atordoado ficou ao chegar à sala de trauma 3, onde a verdadeira Marisa Evans, uma idosa com seus mais de 80 anos, estava sendo atendida após cair no banheiro de sua casa e aparentemente fraturar o quadril. Os paramédicos que ainda estavam lá confirmaram a Tom que haviam mandado o chamado há uns 20 minutos, e por isso os médicos já esperavam por ela.
O médico buscou respirar enquanto se colocava entre os outros médicos, diante de sua verdadeira paciente. Só então se deu conta de que fora vítima de um trote sacana.
Deliciosamente sacana.

- CdV -

Quase duas horas depois, Tom enfim conseguiu retornar ao CCU e pensar direito nas coisas. A idosa acabou passando por uma cirurgia e só o tempo poderia dizer como ela se sairia. Algo já habitual entre os cirurgiões do HUNS, dar tempo ao tempo para que o resultado de seu trabalho pudesse surtir efeito. Do momento vivido na Sala de Trauma 3, seguiram-se várias situações de consulta que ocuparam a cabeça do cirurgião, embora uma ou outra enfermeira tenha notado alguma distração nele ao atender os pacientes. E como não poderia estar distraído, depois do que ocorrera no quarto 301? Devia ter transgredido todas as regras importantes do CCU, mas lhe impressionava não ter pensado nisso enquanto manipulava seus dedos graciosamente dentro daquela mulher. Poderia ter perdido o emprego dos sonhos! Até mesmo sua licença médica!
Por que tudo isso parecia irrelevante diante da lembrança úmida da falsa Srta. Evans?
Tom seguiu mais uma vez para o vestiário e enfurnou-se nas vestes azuis do setor cirúrgico. Foi ao banheiro e lavou o rosto, como se aquilo fosse fazê-lo acordar do que poderia ser um sonho surreal. Quando Brian Lazo, um médico de corpo negro e robusto, com olhar amendoado, entrou no vestiário rindo, Tom não teve nenhuma dúvida.
― Tommy, meu velho! ― O grande amigo disse, dando-lhe um tapinha nas costas ― Tendo um bom dia?
― Como se você não soubesse! Filho da mãe, Brian, você é um filho da mãe! ― Tom bradou, bastante irritado.
Brian se mostrou surpreso. ― O que foi que eu te fiz?
― O que me fez? ― Tom arqueou as sobrancelhas, surpreso com a cara de pau do amigo ― Srta. Evans? Que porra foi aquela? Ela era uma prostituta?
― Se a senhora idosa que chegou na emergência era uma prostituta? ― Brian segurou a risada, tentando entender Tom Esquivel. ― Você andou bebendo?
― Sabe que não me refiro à velha, e sim à nova! Você falou que ainda armaria uma sacanagem para cima de mim, mas passou dos limites, Brian!
O olhar alucinado de Tom dizia a Brian que a coisa era mesmo séria.
― Calma aí, parceiro... Seja lá do que estiver falando, eu não faço a mínima ideia do que seja. Eu não armei nada para você. Até porque sabemos que você e eu não jogamos no mesmo time.
― Você entrou aqui rindo.
― É proibido rir agora?
― Sério, Brian... ― Tom o encarou, abismado ― você não armou aquela garota lá embaixo para mim? A executiva femme fatale?
― Como assim ‘armou’? ― Brian se viu interessado no rumo da conversa ― o que afinal aconteceu lá embaixo, cara?
― Esquece ― Tom disse, saindo do vestiário, mas Brian o segurou pelo braço.
― Como assim ‘esquece’? Você atiçou a curiosidade, agora vai até o fim!
― Eu nem sei por onde começar, o que significa que não é uma boa ideia começar! Se você não sabe, melhor não saber, acredite!
― Ah, Tom!
Os dois seguiram em uma semi briga corpórea, Tom querendo deixar o vestiário, Brian o segurando, até que um outro médico, calvo de barba rala, entrou no vestiário em busca dos dois.
― Ah, vocês estão aqui. Esquivel, CC 8, agora.
― Não estou escalado para nenhuma cirurgia agora ― Tom desvencilhou-se de Brian e guardou o jaleco no armário.
― A Dama de Ferro está te chamando lá.
― Dama de Ferro?
― É como estão chamando a nova chefe ― Brian explicou.
Foi o suficiente para acabar com a graça, e Tom saiu rápido do vestiário sob a ameaça de Brian, que exigia saber o que o amigo escondia. Tom não deu ouvido e seguiu com pressa para o Centro Cirúrgico 8, amarrando uma toca azul à cabeça e respirando fundo ao longo do caminho, cumprimentando os colegas que passavam por ele um tanto sem graça. Ao entrar na sala de preparação, lavou as mãos com cuidado e se deixou vestir por uma das enfermeiras, que lhe colocou um segundo traje cirúrgico, máscara, mais luvas e ajeitou sua toca. Tudo parte do procedimento padrão para entrar no Centro Cirúrgico. Dali, Tom já podia ver que uma cirurgia estava em andamento. Um punhado de médicos se aglomerava em torno do paciente entubado e já aberto na altura do peito.
― O que é? ― Perguntou à enfermeira, enquanto ela amarrava seu avental nas costas.
― Resseção de mixoma intraventricular.
― Quanta emoção... ― Tom disse, e a enfermeira não sacou se havia ou não deboche no comentário.
O cirurgião adentrou a sala empurrando a porta com a lateral do corpo sem tocar em nada, e imediatamente percebeu a dinâmica na sala. Em meio a um mundo de roupas azuis, Reconheceu todos os cirurgiões pelas suas tocas, exceto uma, de toca vermelha, óculos cirúrgico e máscara. Tinha as duas mãos dentro do peito do paciente e, seja lá o que estivesse fazendo, o fazia habilmente, pois desviou o olhar do processo sem parar o que fazia e dirigiu-o a Tom. Sem dúvida era ela, a nova chefe em pessoa.
― Dr. Esquivel, me perguntava quando nos daria o prazer da visita.
― Eu estava realizando consultas na emergência, Dra. Stone, peço desculpas por não cumprimentá-la antes. Bem vinda ao CCU.
― Muito bem, sucção aqui ― ela pediu a um dos assistentes ― Malcolm, pode costurar aqui?
― Sim, senhora ― disse o médico assistente, assumindo o lugar dela.
A cirurgiã se afastou da mesa de cirurgia e deu a volta até onde Tom estava. Ele se deu conta de que ela era alta e esbelta, no momento em que parou diante dele e o olhou de cima a baixo.
― Estou redesenhando as equipes e suas rondas. Te nomeei líder da equipe ortopédica, você ficará responsável por reportar a mim sobre o desempenho das equipes sob sua tarja. Quero você em minha sala mais tarde, para conversarmos melhor sobre isso.
― Sim, Dra. Stone ― Tom disse, um pouco intrigado pela voz, e o olhar... Havia algo assustadoramente familiar nela.
A cirurgiã chefe não ficou para maiores esclarecimentos. Saiu da sala e arrancou as vestes sujas de sangue, junto com as luvas e a touca vermelha. Os cabelos castanhos caíram imediatamente sobre os ombros e Tom sentiu um calafrio correr seu estômago quando ela se virou e o fitou com seu olhar castanho amendoado e um sorriso irônico, quase cínico, para então deixar a sala de uma vez por todas.
Ele gelou, e por um segundo seu coração deve ter parado ali, voltado, parado de novo.
Gelou ao ver que a mulher que havia bulinado na consulta, duas horas antes, era na verdade sua nova chefe, Dra. Erica Stone.


- CdV - 

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3 comentários:

  1. Gente! Fantástico essa historia. Nossa!! Queria eu ser avaliada por Tom como a falsa Evans foi rsrs... Vi a cara de TOM ao descobrir que sua chefe o molestou; é serio pois foi ela quem o atacou (Eu também faria)kkk Super excitada quero mais ...

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  2. Uau!!! Adorei a história e devo dizer que pela primeira verz, vejo uma autora nacional saber lidar tão bem com uma cena hot deste tipo. Parabéns, pois se toda a história do livro se mantiver neste nível e nesta qualidade, tenho certeza que irei gostar muito.
    Lia Christo
    www.docesletras.com.br

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  3. Amei o livro uma pena que não tenha continuação ?...

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